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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Kansas celebra 40 anos da perfeita junção entre progressivo e heavy rock

Após 12 anos desde a primeira passagem pelo Brasil, finalmente o Kansas encontrou seu público em três apresentações pelo País.
 
Depois de Belo Horizonte e Rio de Janeiro, o grupo norte-americano encerrou a passagem em território nacional na noite da última sexta-feira, 21, em São Paulo.

A casa de shows estava praticamente lotada, com poucas cadeiras vazias. Apesar da comodidade em se ficar sentado, dependendo da posição da mesa e cadeira, algumas pessoas acabaram tendo que se contorcer um pouco para conseguir visualizar o palco, principalmente quem ficou mais nas laterais da pista. Uma configuração de teatro, igual ao show do Deep Purple, no último dia 11, seria melhor para o próprio público. Fica a dica para o HSBC Brasil.

Após os avisos de segurança de praxe e com 13 minutos de atraso, as luzes se apagam e começa a tocar o clássico “The Ballroom Blitz”, do Sweet, servindo de introdução ao show. Às 22h15, ainda com a música na metade e sem aviso prévio, adentram ao palco os músicos Phil Ehart (bateria), Rich Williams (guitarra), Billy Greer (baixo), David Ragsdale (violino, guitarra), Ronnie Platt (voz, teclado) e David Manion (teclado).

Verdade seja dita: quem não gostaria de ver ali no palco Kerry Livgren e Steve Walsh? Pois é, mas Livgren não faz parte do Kansas há quase 15 anos e Walsh saiu do grupo em agosto passado, após mais de quatro décadas à frente da banda. Mas assim como diversas outras bandas da década de 1970, o Kansas conseguiu sobreviver às várias mudanças de formação e continua apresentando no palco um show profissional e bem executado. Além disso, provavelmente para muitos ali presentes isso nem sequer fazia diferença.

Talvez algum fã discorde, mas falta um pouco de interação entre banda e público. Billy Greer foi o único que se dirigiu à plateia, em três ou quatro momentos, agradecendo a receptividade, prometendo voltar em breve e pedindo palmas em “Portrait (He Knew)”. O “novato” Ronnie Platt, ex-Shooting Star, pouco se movimenta no palco, basicamente indo de seu teclado no lado direito ao centro. Talvez ele ainda não esteja totalmente à vontade nesses dois meses à frente de um dos grandes nomes do progressivo mundial.

Essa relativa distância entre banda e público não impediu o sexteto de fazer uma excelente apresentação. Com um belo e imenso pano de fundo no palco, com a ilustração do primeiro disco do grupo, autointitulado, lançado em 1974, o Kansas presenteou os fãs paulistas com uma seleção de clássicos repetindo o mesmo repertório apresentado no Rio de Janeiro.

“People of the South Wind” abriu o show, logo seguida por dois dos clássicos mais populares, “Point of Known Return” e “Play the Game Tonight”. A banda apresentou ao total 16 músicas, incluindo “Song for America”, “Opus Incert”, “Hold On”, “Belexes” e, claro, “Dust in the Wind”, cantada em uníssono pelos presentes. Para o bis o grupo reservou “Fight Fire With Fire” e “Carry on Wayward Son”.

É curioso perceber como o Kansas é a banda que conseguiu unir dois mundos: o do rock progressivo com seus teclados, violinos e ambientações, e o heavy rock na linha de bandas como Lucifer’s Friend e Uriah Heep. Essa diversidade também era retratada na plateia, onde era possível ver senhores e senhoras com trajes sociais ao lado de pessoas das mais variadas idades com camisetas de bandas. Vi até um fã com uma camiseta do Sarcófago!

O tempo passou, as mudanças vieram, mas o Kansas mostra ao vivo que continua sendo uma grande banda, ainda que falte produção recente. Quem sabe com a nova formação a banda volte a compor e lançar álbuns e, assim, volte ao Brasil. Só vamos torcer para que não seja em um rodeo, como em 2002.

Fonte : UOL

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