Há 19 anos, "Vs." do Pearl Jam chegava às lojas quebrando recordes

Esse é um daqueles casos onde o monstro criado pode se tornar ainda maior. Estamos falando do Pearl Jam, que ao lançar um despretensioso álbum de estreia, "Ten" (1991)

, acabou acumulando hits como "Alive", "Jeremy", "Even Flow" e "Black", e vendendo mais álbuns que o irrepreensível "Nevermind", do Nirvana, lançado na mesma época.

À essa altura, os holofotes da cena grunge eram divididos entre Kurt Cobain e Eddie Vedder, dois frontmen às avessas, mas dotados de carisma. Descolados após dois anos de turnês, o PJ voltou ao estúdio com um punhado de novas canções primais. E a ideia era registrar esse trabalho sem intervenção de gravadora, sem proximidade da imprensa, sem a obrigação de agradar os programadores das rádios ou até mesmo a MTV.

Originalmente, o álbum se chamaria "Five Against One" (extraída da letra de "Animal", que viria a ser o primeiro single do álbum). Stone Gossard tem uma teoria para o nome inicial: "Para mim representava um monte de batalhas que tivemos que enfrentar na tentativa de fazer um disco. Era a nossa independência, nossa vida e nossa alma versus todos os outros". O nome foi mudado de última hora. Por algumas horas levou apenas a alcunha "Pearl Jam", até culminar no título definitivo, "Vs.", que fazia correlação com o pensamento de Gossard sobre o disco.

Desde o início, "Vs." representou uma reação hostil às vitórias comerciais que "Ten" conseguira dois anos antes. Entre 1991 e 1993, a banda permaneceu na estrada cumprindo obrigações contratuais. De certa forma despertou a raiva em cada um dos integrantes. Naturalmente, o PJ se transformou numa banda 'difícil'. Por três meses (no início de 1993), o grupo, juntamente com o produtor Brendan O'Brien, trabalharam nas faixas que mais espelhassem a agressividade dos shows da banda e romper qualquer ideia que as pessoas poderiam ter sobre eles.